O MINISTÉRIO DA CATEQUESE
DESAFIOS PARA A
CATEQUESE EM 2013
Diante
deste mundo digital, perguntamos: como inserimos e utilizamos os novos meios de
comunicação na catequese? Acompanhamos as novas gerações midiáticas? Como se dá
a Leitura da Bíblia? Experimentamos a “Leitura orante”? Como se faz a “animação
bíblica da vida e da pastoral”? Conseguimos articular organicamente a pastoral?
Quais são os instrumentos eficazes no mundo urbano? Que espaço há para as
expressões religiosas na cidade? Como aproveitamos catequeticamente esses
espaços?
CAMINHOS :
Portanto,
aprofundar o Ministério da Catequese, é mergulhar na ação evangelizadora da
Igreja. Desta forma, é mais do que necessário insistirmos nas bases e fazer
ecoar para que este ministério aconteça de forma efetiva em nossas comunidades.
A catequese é o mais sublime e necessário dos ministérios da Igreja para que
ela tenha vigor, seja a luz do mundo e fermento na massa. Precisamos voltar às
fontes de nossa fé fazendo memória da ação evangelizadora das primeiras
comunidades. Não teremos Igreja se não tivemos catequese, é este ministério que
sustenta a Igreja desde os primórdios e com ele perseguiremos por todo o sempre
a missão de Jesus confiada a nós homens e mulheres de boa vontade que desejam
levar adiante a sua mensagem de vida em Plenitude.
- Ministério na Igreja
Na
Igreja sempre houve e haverá variedades de funções e tarefas que recebem o nome
de ministérios. O ministério deve ser entendido como um mandato ao serviço de
uma comunidade, de um povo. A origem dos ministérios eclesiais está no mandato
que Jesus comunicou a seus discípulos “Ide, pois, fazer discípulos entre todas
as nações, e batizai-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo” (Mt
28,19), para servir aos homens e as mulheres na comunidade. Ministério,
portanto, é “um carisma em forma de serviço reconhecido pela Igreja”. O
ministério é um compromisso dado pela Igreja aos fiéis que desejam servir, com
responsabilidade, a missão que lhes é confiada. O ministério da catequese não
pode ser confundido com poder, não é prêmio, nem superioridade, não é título,
mas é DIAKONIA, isto é serviço que, suscitado e sustentado pelo Deus amor, há
de ser vivido na simplicidade e gratuidade à Igreja.
A
Igreja reconhece que “no conjunto de ministérios e serviços com os quais ela
realiza a sua missão evangelizadora, ocupa lugar destacado o ministério da
catequese” (DNC 39).
- Ministério da Catequese
De
acordo com o Diretório Nacional de Catequese, o ministério da catequese é um
serviço único que deve ser assumido com responsabilidade, entusiasmo e amor de
forma conjunta por leigos (as), religiosos (as), presbíteros, diáconos e bispos
na comunhão eclesial, pois é um serviço oficial realizado em nome da Igreja.
Desta forma, deve ser oferecido todo o suporte necessário, pedagógicos e
metodológicos, viabilizando os recursos necessários para fazer acontecer a ação
do ministério da catequese.
Ministério,
portanto, é um serviço da Igreja. Um serviço que exige muita responsabilidade e
competência. Na Igreja há muitos ministérios. São Paulo (1Cor 12,4-11) afirma
que há vários tipos de ministérios dados por Deus para o bem comum de todo o
povo do Senhor. O ministério da catequese nasce e cresce dentro de uma
comunidade eclesial e da necessidade de preparar os cristãos para dar uma
resposta de qualidade ao seguimento de Jesus. Paulo, catequista e servidor da
Igreja, aconselha: “Temos, porém, dons diferentes segundo a graça que nos foi
dada, seja a profecia, de acordo com a fé, seja o ministério, para servir. Se
for o dom de ensinar, que ensine; se for o dom de exortar, que exorte. Se o de
distribuir esmolas, faça-o com simplicidade. Se o de presidir, presida com
zelo. Se o de exercer misericórdia, que o faça com alegria” (Rm 12,6-8). O
ministério da catequese deve ser compreendido como processo, caminho que uma
pessoa percorre ao longo da sua vida, de sua história. “Tal processo procurará
unir: fé e vida; dimensão pessoal e comunitária; instrução doutrinária e
educação integral; conversão a Deus e atuação transformadora da realidade;
celebração dos mistérios e caminhada com o povo” (CR nº29). A catequese deve
ser entendida como um ministério, vamos à fonte, para melhor compreendermos o
que significa: catequizar, catá-ekhéi, em seu sentido original, significa
“fazer ressoar aos ouvidos”; no Segundo Testamento podemos afirmar que
catequese significa formar, instruir, ensinar de viva voz. Ou ainda: ressoar a
Palavra de Deus. Para que este ressoar aconteça de forma integradora envolvendo
a pessoa num processo de ensino-aprendizagem e vivêncial é preciso que tudo
seja assumido por uma pessoa que se sente atraída por Jesus Cristo, que viva o
seu batismo. Precisamos do/a catequista.
3.
Catequese e a comunidade eclesial
A
catequese é um serviço eclesial essencial para a formação e o crescimento da
Igreja. Sem uma catequese eficiente não teremos pessoas maduras na vida da
comunidade eclesial. A catequese é uma dimensão que deve estar presente em
todos os campos da ação evangelizadora da Igreja. Ela deve oferecer a iniciação
aos mistérios divinos, bem como um itinerário, que é um processo de educação da
fé. A iniciação cristã, que inclui o querigma, é maneira prática de colocar
alguém em contato com Jesus Cristo e introduzi-lo no discipulado. Dá-nos,
também, a oportunidade de fortalecer a unidade dos três sacramentos da
iniciação e aprofundar o seu rico sentido. A iniciação cristã, propriamente
falando, refere-se à primeira iniciação nos mistérios da fé, seja na forma do
catecumenato batismal para os não batizados, seja na forma do catecumenato
pós-batismal para os batizados não suficientemente catequizados. Esse
catecumenato está intimamente unido aos sacramentos da iniciação: batismo,
confirmação e eucaristia, celebrados solenemente na Vigília Pascal (DAp 288). A
catequese tem a finalidade de aprofundar o primeiro anúncio do Evangelho: levar
o catequizando a conhecer, acolher, celebrar e vivenciar o mistério de Deus,
manifestado em Jesus Cristo, que nos revela o Pai e nos envia o Espírito Santo.
“Conduz à entrega do coração a Deus, à comunhão com a Igreja, corpo de Cristo e
à participação em sua missão” (DNC nº 41).
4.
Catequista agente da Palavra
Sabemos
que são milhares de mulheres, homens, jovens, anciãos e até adolescentes que
descobrem na experiência de fé e, na inserção na comunidade, a vocação de
catequista (DNC 242). Para que um ministério possa dar muitos frutos, é
necessário formação, oração e planejamento. O improviso não dá certo.
Improvisar catequistas sem dar-lhes a devida formação e acompanhamento é
irresponsabilidade que provoca acidentes na fé. O catequista é, acima de tudo,
uma pessoa equilibrada, que ama o que faz, de profunda oração, que cultiva uma
espiritualidade a partir da realidade do cotidiano e que prima pela sua
formação e que busca construir comunidade pela comunhão. O catequista é o
grande responsável pela educação da fé dos seus catequizandos, uma vez que isto
não está acontecendo, na maioria das vezes, dentro do seio familiar, por isso a
missão do catequista, “como educadores da fé das pessoas e comunidades, numa
metodologia que inclua, sob forma de processo permanente por etapas sucessivas,
é a conversão, a fé em Cristo, a vida em comunidade, a vida sacramental e o
compromisso apostólico” (P 1007).
5.
Catequista e sua formação
Os
catequistas necessitam de formação permanente, ou seja, serem formados e
preparados para a ação evangelizadora, pois a formação catequética é um longo
caminho a ser percorrido por meio de conhecimento, de práticas iluminadas pela
reflexão bíblico-teológica e metodológica (DNC 256). O momento histórico que
vivemos, com seus valores e contravalores, desafios e mudanças, exige dos
evangelizadores preparo, qualificação e atualização. (DNC 252) Por isso, a
formação dos catequistas deve seguir um planejamento à luz do Diretório
Nacional de Catequese com seus objetivos e finalidades e os critérios para que
aconteça uma formação adequada e eficaz. (DNC 254-260).7 A missão catequética é
exercida em nome da Igreja, o que significa que o catequista deve seguir as
orientações da Igreja. Quem fala em nome da Igreja deve também ser reconhecido
por ela. O Diretório Nacional já citando o Diretório Geral diz que "aos
catequistas reconhecidamente eficientes como educadores da fé de adultos,
jovens e crianças, e dispostos a se dedicarem por um tempo razoável à atividade
catequética na comunidade, pode ser conferido oficialmente o ministério da
catequese" (DNC 245). O catequista, ao receber o ministério, assume o
compromisso que a Igreja lhe confere, tornando-se responsável pela missão de
evangelizar, catequizar em nome da Igreja. O catequista é discípulo de Jesus
Cristo, “ser discípulo é dom destinado a crescer”. (DAp 291) Como discípulo o
catequista é agente direto do ato catequético cristão, é profeta. O catequista
tem na boca a PALAVRA DE DEUS, tem a função de acompanhar por um caminho de fé
que leve o Catequizando até seu verdadeiro Mestre, para desaparecer no momento
oportuno e deixar que o encontro se realize no terreno da fé.
6.
RETOMANDO O DGC e DNC
O
DGC fala do “ministério dos catequistas”. Também o Diretório Nacional acenou
para essa questão e a sua importância. Algumas dificuldades dentre essas: a
superação de mentalidade: catequista x professor; catecismo x catequese. Também
não podemos contentar-se com a nomenclatura: “ministério”, “ministro”, e não
aprofundar a ministerialidade da catequese. O que é mais importante: instituir
o ministério, reconhecê-lo, nomeá-lo ou aprofundar sua ação? Há muitas
divergências e opiniões neste assunto. Não se pode ser simplista: há que se
valorizar o ministério e a ministerialidade. O risco é ficar somente com a
institucionalização, ritualização. O mesmo se dá com relação à “inspiração
catecumenal”: contentar-se com as “fases” do catecumenato sem conduzir o catequizando
por uma experiência cada vez mais profunda de Deus e da fé. Ou ainda
contentar-se com o aspecto físico da mudança, ou seja, nova estética do
encontro: não mais quadros negros e carteiras, mas uma única mesa com cadeiras
ao redor, ter a mesa da Palavra. Sem uma nova compreensão do “jeito de fazer a
catequese”, isto é, os aspectos cognitivos, afetivos, comunitários e
litúrgicos, não atingiremos o cerne da questão. É preciso abrir-se para a
ministerialidade.
Medinte estes pensamentos e idéias é que começamos este ano de 2013 com muita vontade e esperança. Venha partilhar conosco sua esperiencia e sua sabedoria.
Comissão de catequese da Forania Santos Apóstolos - Arquid Campinas - SP
Dom
Vilson Dias de Oliveira, DC - Bispo Diocesano de Limeira e
Referencial da Comissão para a Animação
Bíblico-Catequética –
CNBB/Sul 1
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