INFÂNCIA: TESOURO DAS
COMUNIDADES
Neste mês de Janeiro vamos iniciar uma
sequência de textos e temas relacionados à infância e o privilégio que temos,
como catequistas, de trabalhar com esta fase da vida do ser humano que pode
determinar como será seu futuro. Como já dissemos em outros artigos a nossa
Pastoral além de confundir- se com escola, confundir catequese com sacramentos
também confunde catequese com criança e suas particularidades. Com estas
reportagens queremos mostrar que como catequistas, não confundimos estes
assuntos e que temos condições de dar todo o suporte para as crianças que
iniciam sua caminhada na catequese. Então essas reportagens são só para
catequistas de crianças? Não, mas para todos os catequistas, pois todos têm que
participar desta fase que é muito importante em nossas vidas. Não precisamos
ter medo de usar termos de outras ciências como pedagogia, didática, psicologia
assim como termos que são próprios para crianças. Não é porque falamos de
desenhos, musicas, etc é que estamos infantilizando a catequese, estas ideias,
como podemos perceber, são muitas vezes de quem não entende a rotina da
catequese e que muitas vezes nem leu todos os documentos sobre o caso. Mas
vamos seguindo, primeiro falando um pouco sobre teorias e ideias e a
importância da catequese na vida da criança.
Você, como um
adulto, não tem condições de viver a experiência da infância como as crianças
que você catequizou a estão vivendo. De muitas maneiras a infância é a mesma de
geração para geração. Mas de outras maneiras muito importantes ela tem mudado
dramaticamente durante as duas ultimas décadas. O lar mudou. Nos estados
unidos, hoje, metade das mães com filhos de 18 anos para baixo trabalham fora
de casa. isto significa que as crianças têm mais independência e liberdade, com
menos supervisão e menos relacionamento íntimo com adultos, que antes. Quando
os pais estão em casa, sentem-se frequentemente cansados e pressionados com o
trabalho. Não há tempo para prazerosas atividades em família que muitas
crianças desfrutaram nas gerações anteriores. As famílias são menores. Muitas
têm apenas um filho. O índice de divórcio cresceu. Uma de cada seis crianças
vive numa família sem um dos Pais, geralmente com a mãe. Um grande número de
famílias se muda todo ano, e assim as crianças não têm a oportunidade de
estabelecer relacionamentos mais achegados.
As crianças mudaram. Elas estão
amadurecendo fisicamente mais cedo. Devido à comunicação de massa, as crianças
hoje estão cientes de muitas coisas reservadas aos adultos em tempos
anteriores. Há uma forte pressão para crescer depressa - para namorar, para
manter relações sexuais, para vestir roupas de adolescentes, para usar drogas
ou álcool. Muitas vezes, os pais, na verdade, forçam seus filhos a uma
maturidade precoce. Enquanto a sociedade oferece um serviço aparente à
importância e aos cuidados das crianças, a realidade é que muitas crianças não
recebem o devido cuidado. Abusa-se delas - fisicamente, sexualmente ou
emocionalmente. Muitos pais assumem uma atitude de “primeiro eu” , e o
bem-estar de seus filhos fica relegado a segundo ou terceiro plano em sua vida.
Para muitas crianças a infância é deplorável. Ao invés de ser o período mais
feliz de suas vidas, é infeliz e frustrante. A sociedade mudou. Liberdade,
permissividade - “ vale tudo” - é a atitude ´prevalecente. As normas morais
mudaram. A sociedade não prove liderança em assuntos de moral. A televisão e a
internet é uma influencia poderosa na vida das crianças: elas lhes proveem os
heróis, persuade-as quando ao que devem comprar, ensina-lhes as maneiras
violentas de resolver problemas, e encoraja-as a serem observadoras passivas da
vida em vez de participantes ativas.
A igreja precisa reagir às necessidades
das crianças hoje. As crianças de hoje precisam de amor, segurança e aceitação.
A igreja pode mostrar-lhes o amor e o cuidado de Deus, Sua aceitação e
salvação. Não existe poder humano que possa competir com o amor de Deus, que
pode suprir a carência que uma família sem amor provoca. A segurança de
pertencer à família de Deus pode prover uma criança insegura de algo em que
possa firmar-se. As crianças de hoje precisam de proteção, guia e controle. A
segurança da proteção de Deus pode ajudar a criança amedrontada. Ela deve saber
que existe alguém que se preocupa o suficiente para pôr limites ao que lhe é
permitido fazer, que alguém se preocupa o suficiente para ensiná-la o domínio
próprio e a disciplina. A igreja pode mostrar à criança o modo de Deus agir -
os limites que Ele estabelece e a maneira como Ele ajuda no viver diário. As
crianças de hoje precisam de fé e independência. Precisam de normas morais para
guiar sua vida, para estender um caminho nítido por entre os dilemas da vida de
hoje. Precisam de desafios para ajudá-las a fazer suas escolhas, para ajudá-las
a pensar com clareza acerca do caminho de Deus num mundo confuso e conturbado.
Este é o assunto desta serie de
“reportagens”: ajudar você a ajudar as crianças a encontrarem a resposta de
Deus para suas necessidades. Ajudará você a tornar-se um (a) catequista mais
eficiente das crianças de hoje. A infância é o caminho que leva à idade adulta.
Uma criança levada a Cristo nunca poderá realmente esquecê-lo. No mundo de
hoje, não existe trabalho mais importante que o de levar as crianças a Cristo.
Bibliografia: Donna Habenicht e Anne Bell